Inventa um alfabeto De ilusões ... Um á-bê-cê secreto Que soletras à margem das lições ... Voa pela janela De encontro a qualquer sol que te sorria! Asas? Não são precisas: Vais ao colo das brisas, Aias da fantasia.
Tanta ternura guardada, acumulada, na alegria, na dor, 24 horas e sempre para o amor, Uma filha é assim: certeza de amparo, de socorro, de favor, silenciosamente confiável, filha é aquele ombro amigo, aquela ajuda discreta, aquela reserva de amor.
Cantai a seiva que sobe das raízes, O arado do tempo cortando o nevoeiro; Cantai a vida que sangra e incendeia, Vós todos que lavrais a terra, tecelões e pedreiros ...
Enquanto não sabemos o caminho, Cantemos já o dom de caminhar; Se estamos juntos não teremos medo: Alguém no invisível nos espera
Plantemos flores à beira do abismo Há-de haver no deserto um lugar de água Alguém que nos chame pelo nome E nos acolhe ao termo da viagem. José Augusto Mourão
Saudade da infância De terra na mão Brincadeira de roda Correr na rua Pés descalços Birra pro banho Muita bagunça Pouca importância Nenhuma preocupação
Doidas, doidas, doidas, andam as galinhas Para pôr o ovo lá no buraquinho Raspam, raspam, raspam pra alisar a terra Bicam, bicam, bicam pra fazer o ninho Raspam, raspam, raspam pra alisar a terra Bicam, bicam, bicam pra fazer o ninho
Arrebita a crista o galo vaidoso Có-có-ró-có-có Canta refilão E todo emproado com ar majestoso É o comandante deste batalhão E todo emproado com ar majestoso É o comandante deste batalhão
...O que nos chama para dentro de nós mesmos é uma vaga de luz, um pavio, uma sombra incerta.Qualquer coisa que nos muda a escala do olhar e nos torna piedosos, como quem já tem fé. Nós que tivemos a vagarosa alegria repartida pelo movimento, pela forma, pelo nome, voltamos ao zero irradiante, ao ver o que foi grande, o que foi pequeno, aliás o que não tem tamanho, mas está agora engrandecido dentro do novo olhar.