sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

TEMPO DE NATAL!


No Natal, Deus se manifesta não como alguém que está no alto e domina o universo, mas se agacha, abaixa até a Terra, humilde e pobre. 
Para sermos iguais a ele não temos que nos colocar acima dos demais, mas nos agachar, nos colocar a serviço, nos fazermos pequenos com os pequenos e pobres com os pobres.
O Natal é uma festa de confiança e esperança, que supera a incerteza e o pessimismo. E a razão de nossa esperança é esta: que Deus está conosco e Deus ainda confia em nós.


Papa Francisco.

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

O GATO DO JARDIM



Até a lavar-se, o gato é airoso.
Tudo, mas tudo, no gato tem graça.
Ele é atrevido e ardiloso
e adora uma boa pirraça.
Dizer-se que um gato é de raça
não é muito mais que um bom pleonasmo,
porque, enfim, qual raça, qual cabaça,
qualquer gato é sábio como Erasmo!
O gato sabe tudo ou quase tudo,
mas o “quase” é só pra ser modesto,
porque foi à custa de muito estudo
e de manejar muito palimpsesto,
que o gato se fez grande Doutor,
sem favor, com distinção e louvor.

Eugenio Lisboa

domingo, 1 de dezembro de 2013

CORES DE OUTONO.

Não és mais que a brisa ali.
Se eu te olho e tu me olhas,
Quem primeiro é que sorri?
O primeiro a sorrir ri.
Ri, e olha de repente,
Para fins de não olhar,
Para onde nas folhas sente
O som do vento passar.
Tudo é vento e disfarçar.
Mas o olhar, de estar olhando
Onde não olha, voltou;
E estamos os dois falando
O que se não conversou.
Isto acaba ou começou.
  Fernando Pessoa

sexta-feira, 15 de novembro de 2013

A ESPREITAR À JANELA.










Quase ninguém repara em ninguém.
Em parte porque o espaço que nos circunda está cheio de chamadas, de perigos e de júbilos; o ser humano, longe do que se pensa, é o que menos se nota no mundo.

Agustina Bessa-Luís

sexta-feira, 1 de novembro de 2013

NO OUTONO.

És Tu quem nos espera
Nas esquinas da cidade
E ergue lampiões de aviso
mal o dia se veste
de sombra
Teu é o nome que dizemos
se o vento nos fere de temor
e o nosso olhar oscila
pela solidão dos abismos
Por Ti é que lançamos as sementes
e esperamos o fruto das searas
que se estendem
nas colinas
Por Ti a nossa face se descobre
em alegria e os nossos olhos parecem feitos
de risos
É verdade que recolhes nossos dias
quando é outono mas a Tua palavra
é o fio de prata
que guia as folhas
por entre o vento
José Tolentino Mendonça

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

FLORES, MUITAS!

Ela é rara, moço,
rara do tipo
que não se encontra
perdida por aí,

Rara,
quando escolhe Jobim
durante a noite para ouvir,

Tão rara,
que com um único sorriso
também te faz sorrir,

Ela é rara, moço,
do tipo que fica
até mesmo
depois de partir.

Stanley Menezes


sexta-feira, 27 de setembro de 2013

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

PETÚNIAS - CEM!

Uma parte de mim
é todo mundo:
outra parte é ninguém:
fundo sem fundo.

uma parte de mim
é multidão:
outra parte estranheza
e solidão.

Uma parte de mim
pesa, pondera:
outra parte
delira.

Uma parte de mim
é permanente:
outra parte
se sabe de repente.

Uma parte de mim
é só vertigem:
outra parte,
linguagem.

Ferreira Gullar



quarta-feira, 7 de agosto de 2013

PONTE DA MINHA ALDEIA.

Ponte românica de seis arcos perfeitos, em granito, sobre o rio Noémi. 
Apesar de ser popularmente designada ponte romana, é provável que seja da segunda metade do século XIII.
A primeira referência escrita ao topónimo Cerdeira, sinónimo regional e arcaico de cerejeira, data de 1229. 
Trata-se do primeiro foral de Castelo Mendo, concedido por D. Sancho II. Na descrição dos limites do novo concelho, em terras conquistadas aos árabes em meados do século anterior, é designado o Cabeço da Cerdeira, entre Porto Mourisco e o Cabeço do Homem.
Na primeira metade do século XIII, D. Afonso III concedeu foral à Cerdeira, a 1 de maio de 1253. 

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