quarta-feira, 17 de abril de 2024

EM ABRIL É SEMPRE PRIMAVERA!







Era uma vez uma folha, branca, de papel branco, pálida e anémica, a morrer de solidão.
...
Em breve a folha era um campo de trigo, com papoilas e passarinhos a chilrear, pequenas borboletas coloridas, joaninhas e uma brisa perfumada pela Primavera… tudo, tudo em palavras escritas e desenhadas, como se fosse estrelas e galáxias no universo… como quem faz amor… Como quem beija, frente e verso…

William Bigorna

quarta-feira, 10 de abril de 2024

PINTAR EM AGUARELA.










Não podemos mudar a hora da chegada,
Nem talvez a mais certa,
A da partida.
Mas podemos fazer a descoberta
Do que presta
E não presta
Nesta vida​.

Miguel Torga


domingo, 31 de março de 2024

PERMANECER NA ESPERÂNÇA.


 




Depois da noite, o dia, a claridade!
A bênção de acordar
E de ter vida!
Olhar
E descobrir a eternidade
Em cada contingência renascida.

Miguel Torga

quarta-feira, 20 de março de 2024

TEMPO DE PAPOILAS!


Acorda.
Chega de dormir em sonhos desfeitos. Faz a vida de lavado. Guarda as mágoas na última gaveta da cómoda. Talvez um dia cheirem a alfazema ou a outra coisa suave à memória. Abre a janela. Vê que já nem a rua é a mesma e que até as casas parecem mais altas quando levantamos a cabeça. Respira fundo. A vida afinal já não aperta e serve-te na perfeição.

Elisabete Bárbara.


quinta-feira, 7 de março de 2024

VIVER COM ALEGRIA.


De repente tudo vai ficando tão simples que assusta.
A gente vai perdendo as necessidades, vai reduzindo a bagagem.
As opiniões dos outros, são realmente dos outros, e mesmo que sejam sobre nós, não tem importância.
Paramos de julgar, pois já não existe certo ou errado e sim a vida que cada um escolheu  experimentar.
Por fim entendemos que tudo o que importa é ter paz e sossego, é viver sem medo, é fazer o que alegra o coração.
E só.

Mario Quintana

quarta-feira, 21 de fevereiro de 2024

A ESPANTOSA REALIDADE DAS COISAS!


É a minha descoberta de todos os dias.
Cada coisa é o que é,
E é difícil explicar a alguém quanto isso me alegra,
E quanto isso me basta.

Basta existir para se ser completo.
...
Às vezes ponho-me a olhar para uma pedra.
Não me ponho a pensar se ela sente.
Não me perco a chamar-lhe minha irmã.
Mas gosto dela por ela ser uma pedra,
Gosto dela porque ela não sente nada,
Gosto dela porque ela não tem parentesco nenhum comigo.
...
Outras vezes oiço passar o vento,
E acho que só para ouvir passar o vento vale a pena ter nascido.
...
Fernando Pessoa

domingo, 4 de fevereiro de 2024

A INÊS FAZ 3 ANOS!







Eu sou pequeno, me dizem,
e eu fico muito zangado.
Tenho de olhar todo mundo
com o queixo levantado.

Mas, se formiga falasse
e me visse lá do chão,
ia dizer, com certeza:
— Minha nossa, que grandão!

Pedro Bandeira