Este é o convite que o Senhor nos faz hoje: acreditarmos no seu amor e na sua providência, mesmo quando as circunstâncias da vida nos parecem difíceis ou incompreensíveis.
A verdadeira prova de fé não é a capacidade de compreender todas as coisas, mas a coragem de prosseguir mesmo quando não entendemos nada.
Porque as manhãs são rápidas e o seu sol quebrado Porque o meio-dia Em seu despido fulgor rodeia a terra A casa compõe uma por uma as suas sombras A casa prepara a tarde Frutos e canções se multiplicam Nua e aguda A doçura da vida.
A criança que ri na rua, A música que vem no acaso, A tela absurda, a estátua nua, A bondade que não tem prazo Tudo isso excede este rigor Que o raciocínio dá a tudo, E tem qualquer coisa de amor, Ainda que o amor seja mudo.
Quero ignorado, e calmo Por ignorado, e próprio Por calmo, encher meus dias De não querer mais deles. Aos que a riqueza toca O ouro irrita a pele. Aos que a fama bafeja Embacia-se a vida. Aos que a felicidade É sol, virá a noite. Mas ao que nada espera Tudo que vem é grato.
Teremos sempre de caminhar para o encontrar! Entre a noite e o dia Entre a tarefa e o dom Entre o nosso conhecimento e o nosso desejo Entre a palavra e o silêncio que buscamos Uma estrela nos guiará.
Brinca enquanto souberes! Tudo o que é bom e belo Se desaprende… A vida compra e vende A perdição. Alheado e feliz, Brinca no mundo da imaginação, Que nenhum outro mundo contradiz! Brinca instintivamente Como um bicho! Fura os olhos do tempo, E à volta do seu pasmo alvar De cabra-cega tonta, A saltar e a correr, Desafronta O adulto que hás-de ser!
O que é bonito neste mundo, e anima, é ver que na vindima de cada sonho fica a cepa a sonhar outra aventura. E que a doçura que não se prova se transfigura noutra doçura muito mais pura e muito mais nova.