sexta-feira, 15 de novembro de 2013

A ESPREITAR À JANELA.










Quase ninguém repara em ninguém.
Em parte porque o espaço que nos circunda está cheio de chamadas, de perigos e de júbilos; o ser humano, longe do que se pensa, é o que menos se nota no mundo.

Agustina Bessa-Luís

sexta-feira, 1 de novembro de 2013

NO OUTONO.

És Tu quem nos espera
Nas esquinas da cidade
E ergue lampiões de aviso
mal o dia se veste
de sombra
Teu é o nome que dizemos
se o vento nos fere de temor
e o nosso olhar oscila
pela solidão dos abismos
Por Ti é que lançamos as sementes
e esperamos o fruto das searas
que se estendem
nas colinas
Por Ti a nossa face se descobre
em alegria e os nossos olhos parecem feitos
de risos
É verdade que recolhes nossos dias
quando é outono mas a Tua palavra
é o fio de prata
que guia as folhas
por entre o vento
José Tolentino Mendonça