Sobremesas frescas, como este gelado com cerejas.
segunda-feira, 12 de setembro de 2016
segunda-feira, 29 de agosto de 2016
EM HOMENAGEM.
Campo sem orvalho, seca
A frente de quem não sonha.
Quem não sonha o azul do vôo
perde seu poder de pássaro.
A realidade da relva
cresce em sonho no sereno
para não ser relva apenas,
mas a relva que se sonha.
Não vinga o sonho da folha
se não crescer incrustado
no sonho que se fez árvore.
Sonhar, mas sem deixar nunca
que o sol do sonho se arraste
pelas campinas do vento.
É sonhar, mas cavalgando
o sonho e inventando o chão
para o sonho florescer.
Thiago de Mello
domingo, 14 de agosto de 2016
ANÉMONA, FLOR DO VENTO.
Desde a névoa da manhã
à névoa do outo dia.
Desde a quentura do ventre
à frigidez da agonia
Todo o tempo é de poesia
Entre bombas que deflagram.
Corolas que se desdobram.
Corpos que em sangue soçobram.
Vidas qua amar se consagram.
Sob a cúpula sombria
das mãos que pedem vingança.
Sob o arco da aliança
da celeste alegoria.
Todo o tempo é de poesia.
Desde a arrumação ao caos
à confusão da harmonia.
António Gedeão
António Gedeão
segunda-feira, 1 de agosto de 2016
PÊSSEGOS DA BEIRA ALTA.
Lembrei-me que tinha saudades. Saudades dos pêssegos da casa do meu avô paterno. Do sabor dos pêssegos. Do cheiro deles. De comê-los acabados de apanhar das árvores e sentir o sumo a escorrer-me pela face. Do sol que brilha mais quando somos crianças. Do riso dos meus irmãos e dos meus primos.
Blog Contos e ditos
Inês Aroso
Inês Aroso
segunda-feira, 18 de julho de 2016
MIRAGEM!
Nem a mesma saúde, nem as mesmas ilusões, nem as mesmas vaidades.
Mas sabemos distinguir o falso do verdadeiro, o sincero do insincero,
e avaliar o tesouro de cada afeto,
a amplitude de cada pulsação.
Dantes, devorávamos; agora, saboreamos.
Um minuto hoje vale uma hora de ontem.
Aonde chegamos,
chegamos em plenitude.
Miguel Torga
segunda-feira, 4 de julho de 2016
ESPAPARRADO AO SOL !
Não sejas o de hoje.
Não suspires por ontens...
Não queiras ser o de amanhã.
Faze-te sem limites no tempo.
Vê a tua vida em todas as origens.
Em todas as existências.
Em todas as mortes.
E sabe que serás assim para sempre.
Não queiras marcar a tua passagem.
Ela prossegue:
É a passagem que se continua.
É a tua eternidade.
És tu.
Cecília Meireles
Não suspires por ontens...
Não queiras ser o de amanhã.
Faze-te sem limites no tempo.
Vê a tua vida em todas as origens.
Em todas as existências.
Em todas as mortes.
E sabe que serás assim para sempre.
Não queiras marcar a tua passagem.
Ela prossegue:
É a passagem que se continua.
É a tua eternidade.
És tu.
Cecília Meireles
terça-feira, 21 de junho de 2016
quinta-feira, 9 de junho de 2016
VAI UM GELADO?
Deveria haver
Sorvete de rosas
Sorvete de jasmim
Flores na embalagem
E na ponta da língua
A poesia em perfumes
Sorveteiros unidos
com os jardineiros
Todos pesquisando
Aromas de flores
anunciando
Venham provar
Os lírios do campo!
Sorvete de rosas
Sorvete de jasmim
Flores na embalagem
E na ponta da língua
A poesia em perfumes
Sorveteiros unidos
com os jardineiros
Todos pesquisando
Aromas de flores
anunciando
Venham provar
Os lírios do campo!
Beto Palaio
quinta-feira, 26 de maio de 2016
GERBERAS.
Renova-te.
Renasce em ti mesmo.
Multiplica os teus olhos, para verem mais.
Multiplica os teus braços para semeares tudo.
Destrói os olhos que tiverem visto.
Cria outros, para as visões novas.
Destrói os braços que tiverem semeado,
Para se esquecerem de colher.
Sê sempre o mesmo.
Sempre outro. Mas sempre alto.
Sempre longe.
E dentro de tudo.
Cecília Meireles
Renasce em ti mesmo.
Multiplica os teus olhos, para verem mais.
Multiplica os teus braços para semeares tudo.
Destrói os olhos que tiverem visto.
Cria outros, para as visões novas.
Destrói os braços que tiverem semeado,
Para se esquecerem de colher.
Sê sempre o mesmo.
Sempre outro. Mas sempre alto.
Sempre longe.
E dentro de tudo.
Cecília Meireles
quinta-feira, 12 de maio de 2016
AZÚIS, ESTAS FLORES DE AGAPANTO.
Colhe a alegria das flores da Primavera
e brinca feliz enquanto é tempo.
Sempre haverá os dias em que chegará o Inverno
e não terás o perfume das flores, nem o Sol,
nem a vivacidade das cores.
Augusto Branco
terça-feira, 26 de abril de 2016
PAPOILAS.
dizia ao trigo.
Como sou linda,
ó meu amigo.
Encarnadinha,
Bela e viçosa.
Sou mais bonita,
Do que uma rosa.
E tu não tens pena,
ao veres-me assim?
Teres nascido,
ao pé de mim?
E nisto passa, o lavrador…
Vai-se à papoila, e corta a flor
Filhos é bom,
Ter formosura.
Nascer vaidoso,
Não traz ventura
Afonso Lopes Vieira
terça-feira, 12 de abril de 2016
SAPATO AZUL.
Afundo um pouco o rio com meus sapatos.
Desperto um som de raízes com isso
A altura do som é quase azul.
Manoel de Barros
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