Tenho o costume de andar pelas estradas
Olhando para a direita e para a esquerda,
E de vez em quando olhando para trás...
E o que vejo a cada momento
É aquilo que nunca antes eu tinha visto,
E eu sei dar por isso muito bem...
Sem ter o pasmo essencial
Que tem uma criança se, ao nascer,
Reparasse que nascera deveras...
Sinto-me nascido a cada momento
Para a eterna novidade do Mundo...
Alberto Caeiro
Que bela composição e que harmonia faz com o poema. Sem tintas (para além do preto e branco dos caracteres) compreende-se como se inserido numa tela colorida que nos transporta aos horizontes mais largos do tempo e do espaço. Aquela, sem texto, é um poema que conjuga cores, volumes, texturas, tonalidades, fruto da larga observação da natureza, estudo, reflexão, sensibilidade e bom gosto da sua criadora apontando para aqueles mesmos horizontes à procura do infinito. Doçura e parabéns!
ResponderEliminarCompletamente estarrecida!
ResponderEliminarBjs