quarta-feira, 27 de julho de 2011

RAMO DE FLORES.


O jardineiro conversava com as flores, e elas se habituaram ao diálogo. Passava manhãs contando coisas a uma cravina ou escutando o que lhe confiava um gerânio. O girassol não ia muito com sua cara, ou porque não fosse homem bonito, ou porque os girassóis são orgulhosos de natureza...
O dono do jardim achou que seu empregado perdia muito tempo parado diante dos canteiros, aparentemente não fazendo coisa alguma. E mandou-o embora, depois de assinar a carteira de trabalho.
Depois que o jardineiro saiu, as flores ficaram tristes e censuravam-se porque não tinham induzido o girassol a mudar de atitude. A mais triste de todas era o girassol, que não se conformava com a ausência do homem. "Você o tratava mal, agora está arrependido?" "Não, respondeu, estou triste porque agora não posso tratá-lo mal. É minha maneira de amar, ele sabia disso, e gostava.

Carlos Drummond de Andrade

quinta-feira, 21 de julho de 2011

TULIPAS MESCLADAS.










As tulipas invadem meus olhos com
Cores fortes e surpreendentes
Linda flor que à brisa se entrega
Em uma dança suave por conta do vento,
Vento esse que espalha o cheiro
no ritmo da dança da Vida.

Beatriz Shaina

sexta-feira, 15 de julho de 2011

TRAÇOS E COR.






Quisera eu ser poeta
Quisera eu ser pintor
Escrever telas e pintar poemas
Escrever, pintar, pintar, escrever
A humanidade com muita cor

Do site: Luso-Poemas


segunda-feira, 11 de julho de 2011

ANTÚRIO VERMELHO


À sua passagem a noite é vermelha. 
E a vida que temos parece
Exausta, inútil, alheia.
Ninguém sabe onde vai nem donde vem,
Mas o eco dos seus passos
Enche o ar de caminhos e de espaços
E acorda as ruas mortas.
Então o mistério das coisas estremece
E o desconhecido cresce
Como uma flor vermelha.
Sophia de Mello Andersen          

segunda-feira, 4 de julho de 2011

JARRA COM HORTENSES







Eu gostaria de passar o resto dos meus dias com alguém que
Não precise de mim para nada, mas que me queira para tudo.

Mario Benedetti